Estudo sobre a relação entre a Sonata K448 de Mozart e a extinção da memória sonora ao medo em camundongos machos

Resumo

Introdução: Define-se memória como a capacidade que um ser vivo tem de captar, arquivar e retomar informações. De forma semelhante, há mecanismos capazes de extingui-las, mediante a depressão de estímulos responsáveis por cria-las. Nesse contexto, existem estudos que corroboram nas implicações positivas da música clássica de Mozart no aumento da neurogênese hipocampal, entretanto, ainda há uma lacuna que estabeleça essa relação no processo de extinção. Objetivo: Investigar a interferência da Sonata K448 de Mozart na extinção da memória do medo em camundongos machos ao som. Métodos: O projeto foi realizado com 22 camundongos C57BL/6 - conforme aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais, sob protocolo 08/21, divididos G1: Mozart(n=12), G2: Ambiente(n=5) e G3: Controle(n=5). Apenas (G1) foi exposto à música, (G2/G3) foram expostos apenas ao ruído ambiente. Do 50º ao 53º dia, os animais foram habituados. No 54º realizou-se treinamento aversivo com grupos (G1/G2). No dia 55º iniciaram teste de extinção, com duração de 12 dias consecutivos. Os procedimentos foram registrados pelo software Etholog 2.22 para análise do comportamento dos camundongos. Resultados: Não houve diferença significativa entre grupos para a sessão de treinamento aversivo (t(15)=2,02; p=0,062), a média ± EPM da porcentagem de comportamento de freezing para o grupo Mozart (0,86% ± 0,20%) foi igual à do grupo Ambiente (0,19%± 0,12%). Igualmente não foram verificados
efeito principal dos grupos (F(2;19)=2,11; p=0,149), bem como interação dias*grupos (F(10,54; 100,09)=1,24; p=0,276). Conclusão: Não foi constatada diferença significativa entre o grupo exposto à Sonata de Mozart e o grupo ambiente, no que concerne à extinção da memória traumática após exposição ao som e ao choque. Da mesma forma, constatou-se, também, que a exposição a Mozart não produziu efeitos negativos na consolidação nem na extinção da memória.